Fui criança quase não tive infância
Aos oito anos fui para roça trabalhar
Papai queria que eu fosse gente
Com esforço somente
Colou-me para estudar
Na época seguíamos a cartilha do A B C
Não importava o jeito pior que o sujeito
Tinha que aprender.
Eu tinha uma preguiça danada
Mas com uma pancada
Tudo era resolvido
A Professora olhava
Para meu pé do ouvido
Jogava a régua pior que aquela egua
Me chamava de maluvido.
Eu apanhava mais aprendia tudo
Hoje é um absurdo
Ela nem é doida de bater
É denunciada na hora e sem demora
A policia vem prender
Ninguém era doido de botar apelido
ou chamar alguém de ladrão
Passava a tarde toda de castigo e corria o perigo
De ficar sem alimentação.
La em casa ninguém falava besteira
Eu vivia feliz a noite empinava o nariz
Pra dormir na esteira
No outro dia acordava bem cedo
Para trabalhar,
Voltava ao meio dia para almoçar
Depois ia para o açode tirar o grude
Para ir estudar.
A cada refeição aos mais velhos eu dava a bença
Ao sair da mesa pedia licença,
Hoje ta muito mudado, o jovem mal educado
Chega me doe à paciência.
Foi assim que fui criado
Nunca morri se sofri
Agradeço a meu pai por ter me educado.
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