sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Exageros e absurdos de um espiritismo mal concebido: O dai de graça o que DE GRAÇA recebestes. Diz um conhecedor de um Centro Espirita










 Eu já escrevi sobre este tema, mas nunca é demais voltarmos a ele, já que se trata de um dos temas que mais causam desagregação entre os espíritas: mal entendidos, raivas, censuras, proibições de alguns expositores fazerem palestras no “meu centro” e uma desarmonia enorme.
A partir do momento que a religião tradicional impôs que questões de fé não devem ser discutidas, tem que ser aceitas, porque são dogmas, muita gente se acha desobrigado de analisar as coisas profundamente e aceitam tudo o que lhe é imposto. Não é somente no meio católico que se vê isto não, em nosso movimento espírita, recheado de “espiritólicos”, também encontramos isto, aos montes.
Em novembro de 1997, participando da reunião do Conselho Espírita Nacional, na FEB, em Brasília, eu fui dizer que a questão 424 de O Livro do Espíritos continha um equívoco e mereceria uma nota de rodapé nas traduções da FEB, bem como nas demais. Foi um “Deus nos acuda”, e caíram de pau em cima de mim, a começar pelo então Presidente da FEB, o Dr. Juvanir Borges, que depois, no mesmo dia, teve a dignidade de me pedir desculpas pela forma como me tratou no plenário. Que bom se todos os homens tivessem o nível que ele teve. Gente, o que custa a gente ter calma e paciência diante de qualquer afirmativa, de quem quer que seja, e pedir à pessoa para explicar melhor e, se possível, provar o que está dizendo?
Por que temos que sair julgando logo, baixando o cacete, como se fôssemos os detentores da verdade absoluta e exclusiva? Por que não abrimos mão do instinto de orgulho absurdo que muitos de nós temos, que não nos dá espaço para pensar e raciocinar em cima de cada caso?
Convido aos amigos a não necessariamente absorverem o que pensa o Alamar, só porque gostam dele, mas pelo menos, raciocinarem em cima das argumentações que vou colocar aqui, acerca desta questão do “Dai de graça o que DE GRAÇA recebestes”.
Sei que raciocinar não é o forte de muita gente, já que o julgar é bem mais forte, mas insisto, porque tem muita gente que raciocina mesmo. Por acaso, Jesus disse: “Dai TUDO o que vocês tem, de graça”?
Não, ele ensinou o “Dai de graça, o que DE GRAÇA…” vejam bem, ele deixou bem claro o que DE GRAÇA, nós recebemos. Mas a intolerância, a atrofia mental e a má vontade de alguns confrades nossos insiste em atacar outros companheiros, valorosos, pelo fato de realizarem eventos ou qualquer atividade espírita, que envolva dinheiro.
- “Está mercantilizando a doutrina!!!!” – “Está querendo ficar rico às custas do Espiritismo!!!” – “Está querendo usar o centro em proveito próprio!!!” – “Está querendo ganhar dinheiro à custa dos espíritas!!!”
Frases, como estas, temos escutado a todo momento, desde os tempos de Kardec, já que ele foi a primeira vítima dessa acefalia de grande parte do nosso movimento. Vejam bem: Ele mandou imprimir livros espíritas em gráficas, livros editados por ele, pagou com dinheiro dele, e teve que vender, para ressarcir o valor que gastou. A gráfica, em sua época, não imprimiu os livros DE GRAÇA para ele, porque ela não conseguiu papel de graça, não conseguiu tinta de graça, não conseguiu profissionais gráficos para trabalhar de graça.
Relembremos Jesus: É para darmos de graça, o que DE GRAÇA recebemos.
Ora, se Kardec PAGOU para ter os livros, e não pagou barato, porque naquele tempo a impressão de livros era bem mais cara que nos dias atuais, o que continha na caixa encefálica dos espíritas da época que foram tão cruéis para com ele, pelo fato dele vender os livros, na divulgação que fazia da doutrina, e não dava de graça?
Tem outro detalhe que faço questão de repetir: Ele pagou com DINHEIRO DELE e não dinheiro do movimento, porque naquele tempo, como ainda nos dias atuais, o movimento não era de ajudar em nada, principalmente na divulgação, preferindo sempre criticar e atacar os que fazem, como fizeram com ele. Se você quiser saber como a coisa foi, leia esse livro da foto aí ao lado, que é o OBRAS PÓSTUMAS, que também faz parte da codificação.
É muito comum você encontrar centros espíritas que obedecem orientações da diretoria que diz: “Aqui não é permitido vender nada, não se pode permitir ninguém vir fazer propaganda de nada, falar sobre nada que seja vendido”. No entanto, no mesmo centro, você tem uma livraria VENDENDO livros e uma cantina VENDENDO refrigerantes, bolos e salgadinhos. Os livros não são dados de graça e nem os refrigerantes.
Que diabo de coerência é essa?
Outro dia, conversando com um desses arautos da “moralidade de fachada”, falando sobre este mesmo assunto, eu o coloquei contra a parede, com esta argumentação e ele me disse o seguinte: – “Ah, Alamar, mas aí é diferente. Nós vendemos os livros e mantemos a cantina, para ajudar nas despesas da casa, que tem conta de luz para pagar, limpeza, papel higiênico e uma funcionária que nós temos, que é remunerada.”
Aí, já que eu não deixo esse tipo de gente sem resposta, questionei, de novo:
- “Por acaso, os outros confrades, que saem divulgando os seus livros e vendendo-os, também não tem as suas instituições espíritas, que também tem contas de luz a pagar e despesas diversas? Ou será que nas cidades deles, as companhias de eletricidade os isentam da conta de luz?”
Para variar, ele se aborreceu comigo, disse que eu sou criador de casos e que só gosto de criar problemas com o movimento. Sempre assim, quando a razão deixa de existir, sempre apelam para esse tipo de expediente.
No tempo que eu fazia o “Espiritismo via Satélite”, era muito comum, de vez em quando, eu receber telefonemas, faxes, cartas e até chamadas de atenção pelos centros espíritas, criticando-me e reprovando-me pelo fato de eu fazer propaganda de livros e vender livros no programa, sob a argumentação de que eu estava mercantilizando a doutrina.
Aí, já que gosto de botar o ridículo dessas pessoas bem exposto, pra todos verem, falei para um desses, em voz alta, certa vez, na Federação Espírita da Bahia, já que a pessoa freqüentava aquela casa que eu adoro:
- “Que bom, Olhe aqui, gente! Seu Fulano está se propondo a me mandar um cheque, todos os meses, para eu poder pagar a Embratel e pagar as outras despesas para manter o programa no ar. Que Deus lhe abençoe, seu Fulano, vamos começar a fazer os cálculos, aqui: Só de Embratel, a despesa é de 16 mil reais por mês, ainda tem o aluguel do imóvel, os equipamentos, os funcionários…”
Ele ficou danado da vida e outras pessoas, também, me repreenderam sob a alegação de que eu havia faltado com a caridade para com ele. Medrado faz assim também, e não deixa pra depois.
Falar em Medrado, certa vez um “importante” líder espírita em Salvador, o foi repreender porque ele passou a usar lentes de contatos azuis. Taí a foto dele, ao lado, com os “zóios” azuis.
- “Medrado, isto não fica bem para você, como médium. Isto depõe contra a doutrina, que tem uma moral a zelar. Acho bom você retirar, para impor respeito”.
Claro que o médium não tirou, já que uma lente de contato nada mais é que um óculos sem a tradicional armação e a cor azul simplesmente é uma opção que nada tem a ver com moralidade.
Não demorou muito tempo, num final de semana Medrado foi jantar em um restaurante, conhecido, com amigas trabalhadoras da casa, destes restaurantes que tem também aquelas áreas reservadas, com pouca luz, onde alguns homens levam algumas menininhas para jantar e depois saboreá-las, como sobremesa.
Ao sair da mesa um pouco, para ir ao banheiro, quem é que Medrado vê, sentado numa daquelas mesas, acariciando as mãos de uma bela e jovem garotinha adolescente? Exatamente o dito cujo, que era casado e também pregava a moralidade e a fidelidade conjugal, na sua instituição espírita.
Já que Medrado, como eu, não dispensa uma oportunidade dessa, foi até ele, com muita caridade e muito fraternalmente: – “Oi, Fulano, como está você? Como vai Zélia, sua esposa? Como vão os seus filhos?”
- “Medrado, acho que você está enganado… Olha, Medrado, esta aqui é uma amiga…”
A menina ficou danada da vida, deu-lhe uma boa esculhambação e o abandonou no restaurante, tomou um taxi e foi embora. Certamente ele deveria estar dizendo a ela que era separado, viúvo ou solteiro.
É aí que perguntamos: Que tipo de moral esse pessoal prega? E que tipo vivencia?
Não sou contra ninguém namorar, mas quando prega moralidade de fachada, é terrível.
Meu amigo e minha amiga: Recentemente eu tive um debate pesado, pela internet, com um desses hipócritas, de marca maior, lá de Belo Horizonte, que se diz espírita há mais de 40 anos, é articulista de um jornal espírita editado por um querido amigo meu, mas tem um certa raiva (ou inveja) do Divaldo Franco e resolveu disparar um montão de mísseis contra a TV CEI e contra a FEB, falando um monte de bobagens, expelindo conteúdo fecal em seus escritos, de tudo quanto era jeito. Ele, assim como outros da sua espécie, critica o Divaldo porque o nosso maior orador sempre faz os seus seminários, ou “work shoppings”, em diversas cidades, eventos esses que são pagos pelas pessoas que desejam assistir.
Raciocine, comigo, sobre esses seminários:
Eles não são palestras que têm duração de apenas pouco mais de uma hora. São eventos que, geralmente, duram de 3 a 4 horas, no horário da manhã e mais esse tempo no horário da tarde. Alguns desses eventos são realizados no sábado e no domingo.
Daí resulta a necessidade da pessoa, participante, ficar sentada durante longos tempos. São aulas, são cursos, são instruções que convidam, inclusive, as pessoas a tomarem notas de coisas. Para isto, se faz necessário um ambiente com um certo conforto, o que leva a coordenação dos eventos a alugarem bons ambientes, auditórios com poltronas e centrais de ar condicionado, principalmente em época de calor.
Eu já fiz vários eventos desses em Belém e tinha que pagar adiantado, com dinheiro do meu bolso, obviamente. Custam caros, esses auditórios, e um dia, num final de semana, está na faixa de mais de 10 mil reais.
De repente eu fico pensando: Será que esses patrulhadores gostariam que esses eventos fossem realizados em praça pública, ou ao ar livre, como a foto ao lado, com as pessoas sentadas no chão, inclusive senhoras e senhores idosos, pegando sol ou talvez chuva, só para atender ao deturpado entendimento do “dai de graça” que eles têm?
Se o auditório não é de graça, porque a energia gasta com as centrais de ar condicionado não é de graça, como os funcionários do ambiente também não trabalham de graça, como é que esses “arautos” da “moralidade” espírita querem que o evento seja de graça?
Tem outros detalhes que você precisa saber:
As pessoas que se inscrevem nesses eventos, nunca reclamam do valor da inscrição e, muito pelo contrário, sempre acham que valeu a pena o dinheiro investido, tamanho o conteúdo obtido e já se dispõem a participar, novamente, na próxima vez que o Divaldo, ou outro expositor, fizer o evento em sua cidade.
De repente aparecem umas pragas, que não tem nada a ver com o evento, que não contribuíram com nada, que não foram chamados para advogar em favor de nenhum participante, a quererem dar opiniões e estabelecerem julgamentos?
Dá vontade de mandá-los para onde, meu caro leitor? Pode ficar com vontade de mandar, porque eu mando, apesar de sermos espíritas. Não somos adeptos da hipocrisia.
O outro detalhe é que, geralmente quando o Divaldo faz um evento deste, em alguma cidade, assim como o Medrado, com suas pinturas mediúnicas, onde os quadros são leiloados, são deixados bons percentuais da renda para a instituição espírita local que promove o evento, o que se constitui como ajuda bastante significativa para a manutenção dessas casas.
E tem outra coisa: A Mansão do Caminho, obra criada e orientada pelo Divaldo, tem mais de 3000 bocas a serem alimentadas, diariamente, tem que ter dinheiro, de qualquer jeito, todos os dias, e invariavelmente esses críticos não fazem parte do universo dos que colaboram com aquela instituição como, certamente, não devem colaborar com instituição nenhuma, porque os seus bolsos não são movidos nunca, haja vista que o único órgão dos seus corpos que tem muito movimento é a língua.
Raciocinemos, todos, portanto, em relação a essa equivocada conceituação que muitos espíritas dão ao “dai de graça o que DE GRAÇA recebestes” e é bom não dar a menor bola para essas pragas, que geralmente não produzem coisa nenhuma, a não ser infernizar a vida dos outros espíritas que fazem.
Cobrar pela aplicação de um passe é, sim, um absurdo e não podemos admitir. A energia que transmitimos a alguém, na aplicação do passe, nos é dada DE GRAÇA.
Cobrar por uma mensagem espiritual recebida através da mediunidade é, sim, um absurdo e não podemos admitir, porque o dom mediúnico nos é dado DE GRAÇA.
Não podemos cobrar por um atendimento espiritual, em um centro, por participação de pessoas em reuniões mediúnicas, pelas palestras espíritas, etc…

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