Eu já
escrevi sobre este tema, mas nunca é demais voltarmos a ele, já que se trata de
um dos temas que mais causam desagregação entre os espíritas: mal entendidos,
raivas, censuras, proibições de alguns expositores fazerem palestras no “meu
centro” e uma desarmonia enorme.
A partir do momento que a religião tradicional
impôs que questões de fé não devem ser discutidas, tem que ser aceitas, porque
são dogmas, muita gente se acha desobrigado de analisar as coisas profundamente
e aceitam tudo o que lhe é imposto. Não é somente no meio católico que se vê
isto não, em nosso movimento espírita, recheado de “espiritólicos”,
também encontramos isto, aos montes.
Em novembro de 1997, participando da reunião do
Conselho Espírita Nacional, na FEB, em Brasília, eu fui dizer que a questão 424
de O Livro do Espíritos continha um equívoco e mereceria uma nota de rodapé nas
traduções da FEB, bem como nas demais. Foi um “Deus nos acuda”, e caíram de pau
em cima de mim, a começar pelo então Presidente da FEB, o Dr. Juvanir Borges,
que depois, no mesmo dia, teve a dignidade de me pedir desculpas pela forma
como me tratou no plenário. Que bom se todos os homens tivessem o nível que ele
teve. Gente, o que custa a gente ter calma e paciência diante de qualquer
afirmativa, de quem quer que seja, e pedir à pessoa para explicar melhor e, se
possível, provar o que está dizendo?
Por que temos que sair julgando logo, baixando o
cacete, como se fôssemos os detentores da verdade absoluta e exclusiva? Por que
não abrimos mão do instinto de orgulho absurdo que muitos de nós temos, que não
nos dá espaço para pensar e raciocinar em cima de cada caso?
Convido aos amigos a não necessariamente
absorverem o que pensa o Alamar, só porque gostam dele, mas pelo menos,
raciocinarem em cima das argumentações que vou colocar aqui, acerca desta
questão do “Dai de graça o que DE GRAÇA recebestes”.
Sei que raciocinar não é o forte de muita gente,
já que o julgar é bem mais forte, mas insisto, porque tem muita gente que
raciocina mesmo. Por acaso, Jesus disse: “Dai TUDO o que vocês tem, de graça”?
Não, ele ensinou o “Dai de graça, o que DE
GRAÇA…” vejam bem, ele deixou bem claro o que DE GRAÇA, nós recebemos.
Mas a intolerância, a atrofia mental e a má vontade de alguns confrades nossos
insiste em atacar outros companheiros, valorosos, pelo fato de realizarem
eventos ou qualquer atividade espírita, que envolva dinheiro.
- “Está mercantilizando a doutrina!!!!” –
“Está querendo ficar rico às custas do Espiritismo!!!” – “Está querendo usar o
centro em proveito próprio!!!” – “Está querendo ganhar dinheiro à custa dos
espíritas!!!”
Frases, como estas, temos escutado a todo
momento, desde os tempos de Kardec, já que ele foi a primeira vítima dessa
acefalia de grande parte do nosso movimento. Vejam bem: Ele mandou imprimir
livros espíritas em gráficas, livros editados por ele, pagou com dinheiro dele,
e teve que vender, para ressarcir o valor que gastou. A gráfica, em sua época,
não imprimiu os livros DE GRAÇA para ele, porque ela não conseguiu papel de
graça, não conseguiu tinta de graça, não conseguiu profissionais gráficos para
trabalhar de graça.
Relembremos Jesus: É para darmos de graça, o que
DE GRAÇA recebemos.
Ora, se Kardec PAGOU para ter os livros, e não
pagou barato, porque naquele tempo a impressão de livros era bem mais cara que
nos dias atuais, o que continha na caixa encefálica dos espíritas da época que
foram tão cruéis para com ele, pelo fato dele vender os livros, na divulgação
que fazia da doutrina, e não dava de graça?
Tem outro detalhe que faço questão de repetir:
Ele pagou com DINHEIRO DELE e não dinheiro do movimento,
porque naquele tempo, como ainda nos dias atuais, o movimento não era de ajudar
em nada, principalmente na divulgação, preferindo sempre criticar e atacar os
que fazem, como fizeram com ele. Se você quiser saber como a coisa foi, leia
esse livro da foto aí ao lado, que é o OBRAS PÓSTUMAS, que também faz parte da
codificação.
É muito comum você encontrar centros espíritas
que obedecem orientações da diretoria que diz: “Aqui
não é permitido vender nada, não se pode permitir ninguém vir fazer propaganda
de nada, falar sobre nada que seja vendido”. No entanto, no mesmo
centro, você tem uma livraria VENDENDO livros e uma cantina VENDENDO
refrigerantes, bolos e salgadinhos. Os livros não são dados de graça e nem os
refrigerantes.
Que
diabo de coerência é essa?
Outro dia, conversando com um desses arautos da
“moralidade de fachada”, falando sobre este mesmo assunto, eu o coloquei contra
a parede, com esta argumentação e ele me disse o seguinte: – “Ah, Alamar, mas aí é diferente. Nós vendemos os livros e
mantemos a cantina, para ajudar nas despesas da casa, que tem conta de luz para
pagar, limpeza, papel higiênico e uma funcionária que nós temos, que é
remunerada.”
Aí, já que eu não deixo esse tipo de gente sem
resposta, questionei, de novo:
- “Por acaso, os
outros confrades, que saem divulgando os seus livros e vendendo-os, também não
tem as suas instituições espíritas, que também tem contas de luz a pagar e
despesas diversas? Ou será que nas cidades deles, as companhias de eletricidade
os isentam da conta de luz?”
Para variar, ele se aborreceu comigo, disse que
eu sou criador de casos e que só gosto de criar problemas com o movimento.
Sempre assim, quando a razão deixa de existir, sempre apelam para esse tipo de
expediente.
No tempo que eu fazia o “Espiritismo via
Satélite”, era muito comum, de vez em quando, eu receber telefonemas, faxes,
cartas e até chamadas de atenção pelos centros espíritas, criticando-me e reprovando-me
pelo fato de eu fazer propaganda de livros e vender livros no programa, sob a
argumentação de que eu estava mercantilizando a doutrina.
Aí, já que gosto de botar o ridículo dessas
pessoas bem exposto, pra todos verem, falei para um desses, em voz alta, certa
vez, na Federação Espírita da Bahia, já que a pessoa freqüentava aquela casa
que eu adoro:
- “Que bom, Olhe
aqui, gente! Seu Fulano está se propondo a me mandar um cheque, todos os meses,
para eu poder pagar a Embratel e pagar as outras despesas para manter o
programa no ar. Que Deus lhe abençoe, seu Fulano, vamos começar a fazer os
cálculos, aqui: Só de Embratel, a despesa é de 16 mil reais por mês, ainda tem
o aluguel do imóvel, os equipamentos, os funcionários…”
Ele ficou danado da vida e outras pessoas,
também, me repreenderam sob a alegação de que eu havia faltado com a caridade
para com ele. Medrado faz assim também, e não deixa pra depois.
Falar em Medrado, certa vez um “importante” líder
espírita em Salvador, o foi repreender porque ele passou a usar lentes de
contatos azuis. Taí a foto dele, ao lado, com os “zóios” azuis.
- “Medrado, isto não fica
bem para você, como médium. Isto depõe contra a doutrina, que tem uma moral a
zelar. Acho bom você retirar, para impor respeito”.
Claro que o médium não tirou, já que uma lente de
contato nada mais é que um óculos sem a tradicional armação e a cor azul
simplesmente é uma opção que nada tem a ver com moralidade.
Não demorou muito tempo, num final de semana
Medrado foi jantar em um restaurante, conhecido, com amigas trabalhadoras da
casa, destes restaurantes que tem também aquelas áreas reservadas, com pouca
luz, onde alguns homens levam algumas menininhas para jantar e depois saboreá-las, como sobremesa.
Ao sair da mesa um pouco, para ir ao banheiro,
quem é que Medrado vê, sentado numa daquelas mesas, acariciando as mãos de uma
bela e jovem garotinha adolescente? Exatamente o dito cujo, que era casado e
também pregava a moralidade e a fidelidade conjugal, na sua instituição
espírita.
Já que Medrado, como eu, não dispensa uma
oportunidade dessa, foi até ele, com muita caridade e muito fraternalmente: – “Oi, Fulano, como está você? Como vai Zélia, sua esposa? Como
vão os seus filhos?”
- “Medrado, acho que
você está enganado… Olha, Medrado, esta aqui é uma amiga…”
A menina ficou danada da vida, deu-lhe uma boa
esculhambação e o abandonou no restaurante, tomou um taxi e foi embora.
Certamente ele deveria estar dizendo a ela que era separado, viúvo ou solteiro.
É aí que perguntamos: Que tipo de moral esse
pessoal prega? E que tipo vivencia?
Não sou contra ninguém namorar, mas quando prega
moralidade de fachada, é terrível.
Meu amigo e minha amiga: Recentemente eu tive um
debate pesado, pela internet, com um desses hipócritas, de marca maior, lá de
Belo Horizonte, que se diz espírita há mais de 40 anos, é articulista de um
jornal espírita editado por um querido amigo meu, mas tem um certa raiva (ou
inveja) do Divaldo Franco e resolveu disparar um montão de mísseis contra a TV
CEI e contra a FEB, falando um monte de bobagens, expelindo conteúdo fecal em
seus escritos, de tudo quanto era jeito. Ele, assim como outros da sua espécie,
critica o Divaldo porque o nosso maior orador sempre faz os seus seminários, ou
“work shoppings”, em diversas cidades, eventos esses que são pagos pelas
pessoas que desejam assistir.
Raciocine, comigo, sobre esses
seminários:
Eles não são palestras que têm duração de apenas
pouco mais de uma hora. São eventos que, geralmente, duram de 3 a 4 horas, no
horário da manhã e mais esse tempo no horário da tarde. Alguns desses eventos
são realizados no sábado e no domingo.
Daí resulta a necessidade da pessoa,
participante, ficar sentada durante longos tempos. São aulas, são cursos, são
instruções que convidam, inclusive, as pessoas a tomarem notas de coisas. Para
isto, se faz necessário um ambiente com um certo conforto, o que leva a
coordenação dos eventos a alugarem bons ambientes, auditórios com poltronas e
centrais de ar condicionado, principalmente em época de calor.
Eu já fiz vários eventos desses em Belém e tinha
que pagar adiantado, com dinheiro do meu bolso, obviamente. Custam caros, esses
auditórios, e um dia, num final de semana, está na faixa de mais de 10
mil reais.
De repente eu fico pensando: Será que esses
patrulhadores gostariam que esses eventos fossem realizados em praça pública,
ou ao ar livre, como a foto ao lado, com as pessoas sentadas no chão, inclusive
senhoras e senhores idosos, pegando sol ou talvez chuva, só para atender ao
deturpado entendimento do “dai de graça” que eles têm?
Se o auditório não é de graça, porque a energia
gasta com as centrais de ar condicionado não é de graça, como os funcionários
do ambiente também não trabalham de graça, como é que esses “arautos” da
“moralidade” espírita querem que o evento seja de graça?
Tem outros detalhes que você precisa
saber:
As pessoas que se inscrevem nesses eventos, nunca
reclamam do valor da inscrição e, muito pelo contrário, sempre acham que valeu
a pena o dinheiro investido, tamanho o conteúdo obtido e já se dispõem a
participar, novamente, na próxima vez que o Divaldo, ou outro expositor, fizer
o evento em sua cidade.
De repente aparecem umas pragas, que não tem nada
a ver com o evento, que não contribuíram com nada, que não foram chamados para
advogar em favor de nenhum participante, a quererem dar opiniões e
estabelecerem julgamentos?
Dá vontade de mandá-los para onde, meu caro
leitor? Pode ficar com vontade de mandar, porque eu mando, apesar de sermos
espíritas. Não somos adeptos da hipocrisia.
O outro detalhe é que, geralmente quando o
Divaldo faz um evento deste, em alguma cidade, assim como o Medrado, com suas
pinturas mediúnicas, onde os quadros são leiloados, são deixados bons
percentuais da renda para a instituição espírita local que promove o evento, o
que se constitui como ajuda bastante significativa para a manutenção dessas
casas.
E tem outra coisa: A Mansão do Caminho, obra criada
e orientada pelo Divaldo, tem mais de 3000 bocas a serem alimentadas,
diariamente, tem que ter dinheiro, de qualquer jeito, todos os dias, e
invariavelmente esses críticos não fazem parte do universo dos que colaboram
com aquela instituição como, certamente, não devem colaborar com instituição
nenhuma, porque os seus bolsos não são movidos nunca, haja vista que o único
órgão dos seus corpos que tem muito movimento é a língua.
Raciocinemos, todos, portanto, em relação a essa
equivocada conceituação que muitos espíritas dão ao “dai de graça o que DE
GRAÇA recebestes” e é bom não dar a menor bola para essas pragas, que
geralmente não produzem coisa nenhuma, a não ser infernizar a vida dos outros
espíritas que fazem.
Cobrar pela aplicação de um passe é, sim, um
absurdo e não podemos admitir. A energia que transmitimos a alguém, na
aplicação do passe, nos é dada DE GRAÇA.
Cobrar por uma mensagem espiritual recebida
através da mediunidade é, sim, um absurdo e não podemos admitir, porque o dom
mediúnico nos é dado DE GRAÇA.
Não podemos cobrar por um atendimento espiritual,
em um centro, por participação de pessoas em reuniões mediúnicas, pelas
palestras espíritas, etc…




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